sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carlota na minha sexta

Adoro terminar a semana com um bom jantar acompanhado de amigos. É o tipo de situação que me motiva de maneira a perceber a vida valendo a pena. Jonny, um amigo querido, e eu, estávamos um tanto deslocados com essa movimentação toda de carnaval. A cidade fica uma maravilha, no que diz respeito ao trânsito e uma merda, no que diz respeito à pessoas, porque grande parte dos amigos acabam praticando o exôdo urbano nos feriadões.

Na última sexta, uma dica me encheu de entusiasmo me colocando de frente com o restaurante Carlota, um lugar pra lá de agradável, numa casa estilozíssima que eu sonharia morar. Parte do jantar serviu para imaginar minhas telas, minha parafernália artística e minha vida lá dentro, envolvidas pela atmosfera dourada insubstituível do lugar. Sempre digo, a luz é essencial na composição de qualquer ambiente. E eles acertaram por lá. Gostei mesmo.

A comida foi uma boa surpresa, pedi um linguado grelhado servido com molho cremoso de limão siciliano, cogumelos sauté e purê de batatas. Suave, bem executado e delicioso. Jonny pediu um gnocchi de ricota com ervas e azeite de trufas em leito de cogumelos e rúcula. Um prato delicado e saboroso, que eu me atreveria em indicar como uma saída sofisticada para jantares de verão, mesmo vivendo o fim dos dias quentes.

De sobremesa, soufflê de goiabada com calda de catupiri. Me pareceu estranho o catupiri no meio daquela descrição. Sendo bem sincero, o fato de eu ter certo preconceito com catupiri me fez olhar praquele prato com alguma desconfiança, no entanto, fiquei tomado pela curiosidade de ver qual era a proposta daquela combinação. Sem dúvidas, uma remasterização bem-sucedida do bom e velho Romeu e Julieta. Segundo os garçons, é um clássico que nasceu com a Carlota.

Ao meio de papos e tônicas, caímos na real de que, mesmo com a crise e todas as picuínhas da nossa rotina, não podemos deixar de viver esse tipo de experiência, que estimula, conforta e compensa qualquer coisa que pode nos chatear. Pode não ser um salvamento, mas se trata de uma boa bóia.




















Um experimento: narrativa de comida e grafismos pra acompanhar. Decidi colocar a mão na massa e fazer diferente hoje.

2 comentários:

Erica Arikawa disse...

Douglasssss, tudo bem com vc?!
Nossa, eu quero muito ir experimentar essa sobremesa, é boa mesmo?!
Ah, eu tenho a receita, vc quer??? rsrsrsrs
bj bj bj,

Douglas Téo disse...

Quero, sim!
Não sou um expert em doces, mas não deixo de dar a cara à tapa.
Beijo, queridíssima!