sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O dueto do verão

Curiosidade é palavra de ordem para quem se emociona na descoberta de novos sabores. Maurício Azevedo é a aposta de Ana Paula Zanatta, a proprietária do pequeno e charmoso bistrô Citrino. Maurício mostrou lapidação com simplicidade e bom gosto combinando limão e manjericão em um suco que me surpreendeu pelo sabor e refrescância. Original e sofisticado, foi eleito meu drink da estação. Vale a pena passar lá em um final de tarde quente para experimentar. Para acompanhar, peça capelettis de camarão (Harumaki, para os veteranos) servidos com molho de framboesa. Uma combinação delicada de tirar o chapéu.
O Citrino fica na rua Ministro Jesuíno Cardoso, 556, na metamorfóbica Vila Olímpia. Funciona todos os dias no café da manhã e almoço e, nas quintas, sextas e sábados, à noite, das 19h30 às 00h.










Crocantes e suaves, dá pra devorar em uma bocada.













Uma combinação refrescante que melhora qualquer dia de calor.

domingo, 16 de novembro de 2008

Risoto feito em casa


Sábado foi um dia excelente.
Carol e eu acordamos com a sensação boa depois de uma noite de concerto na Sala São Paulo (evidenciada pela gostosa surpresa de ganharmos os ingressos, na boca da bilheteria, de duas senhoras pra lá de simpáticas que levaram um cano de alguns de seus convidados e decidiram nos fazer uma doação. Maravilha!).
Carol é uma grande amiga do Rio, já citada por aqui, uma mente inquieta que sempre traz bons ventos e sutilezas que enriquecem a vida. A noite foi guiada pela certeza de que pessoas do bem que emanam o bem, atraem a mesma coisa.
Perto do meio-dia ensolarado, fomos ao mercado e compramos alguns ingredientes para o almoço. Recebi um povo em casa para assistir o novo documentário de um amigo sensível e de pensamento profundo: o Ale Melo. Preparamos um risoto a la marguerita que, no fim das contas, foi coadjuvante no meio da questão emocionante colocada pelo filme: uma discussão ampla sobre preconceito tendo como base a ótica de anões. Lindo, humano e sensível.
Antes disso, abrimos uma garrafa de espumante e começamos a preparar o terreno para o arroz carnaroli entrar em ação. Cebola, alho, pimenta verde, tomilho, meia garrafa de vinho branco, tomates concassé, sal e caldo de ervas pra cozinhar o dito cujo (ferva tomilho, louro fresco e coloque um caldo da sua preferência, se achar que precisa). Pra finalizar, meio maço de manjericão, mussarela de búfala em bolas cortadas em quatro partes e uma porção generosa de queijo parmesão ralado grosso. A tonturinha do espumante deixou todos borbulhantes para uma refeição leve e saborosa, acompanhada de folhas de rúcula e cogumelos frescos no azeite e sal de roca, aguçando a sensibilidade do povo para o documentário, que veio como um sopro refrescante de um mundo que desconhecemos.
Minha casa se encheu de novas lembranças e fortaleceu a importância de estar cercado de pessoas que enriqueçam sua vida, que te questionem e te empurrem para um caminho tranformador e que te faz alguém melhor. Me tomei por um sentimento de felicidade e gratidão, entendendo que a vida muda de sabor quando decidimos fomentar as boas oportunidades.
Se quiser tentar o risoto, vai em frente, é fácil de fazer. Siga a ordem dos ingredientes que citei, frite a cebola, o alho, o arroz, coloque a meia garrafa de vinho quando tudo estiver dourando, acrescente os tomates e vá regando com o molho de ervas. Fácil, fácil. Só não esqueça de convidar pessoas interessantes que tem algo a dizer. Isso, sim, vai dar o tom da mesa.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Bella Paulista, bela porcaria.


A Bella Paulista sempre foi um lugar que freqüentei bêbado madrugada a dentro. Aquela coisa de sair alto de algum lugar e ir encher a barriga pra evitar um desastre no final da noite. Isso me fez achar que lá era descolado, interessante e super apropriado pra se fazer uma boquinha fora de hora. Balela!

Ontem à noite, saí faminto do cinema com uma amiga - assistir Mama Mia já foi uma experiência memorável no shopping Paulista, lugar onde pretendo pisar só quando me transformar num travesti vietnamita. Ou seja... O cinema não aceita cartão, o que me rendeu uma logística desgraçada, o filme deu pau no final e ficamos muito tempo esperando alguém aparecer pra consertar aquele fiasco. Ao se despedir do musical do Abba (um filme que ainda estou tentando formar uma opinião decente a respeito), fomos tentar achar um lugar que servisse lanches rápidos, porque já era tarde e a economia prometia grandes aventuras logo pela manhã. 

















Acabamos passando em frente à Bella Paulista e me pareceu uma boa idéia parar lá pra comer. Sentamos e pedimos nossa comida. Didi encarou um hamburger dos mais furiosos que vi nos últimos tempos e, eu, um omelete mais "conceitual", à base de shitake, alho-poró e ricota com curry. Posso dizer que recebi uma porção monstruosa do omelete mais feio e sem sabor que já comi na minha vida. Uma gororoba desengonçada, do tamanho de uma bolsa de água quente, com a pior decoração que um prato pode ter: uma enorme folha de alface crespa sendo a cama do anti-Cristo, acompanhada de rodelas de tomate cortadas de maneira bem pouco criteriosa. 
Me esforcei pra comer metade daquele grude e decidi não me torturar com aquele bolo de incompetência culinária, o que me incomoda ainda mais, considerando que sou totalmente contra jogar comida fora.

Pra piorar a situação, fomos atendidos pelas mulheres mais amargas e de má vontade que já pisaram nos arredores da Paulista. Elas retrataram a infelicidade de maneira fiel. Saímos de lá com a pior impressão possível, agravando-se pelo fato de não estarmos bêbados, o que acaba reduzindo drasticamente a tolerância do ser-humano.
A experiência foi totalmente questionável, me fazendo acreditar que lugares "badalados" e 24 horas acabam sendo um grande risco pra qualquer pessoa que faça o cálculo do custo x benefício.

A Bella Paulista fica na Haddock Lobo, 354. Você se arrisca? Eu, não mais.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A gamela mágica


Florianópolis, praias, montanhas, natureza e um tempo de merda! Viajei a trabalho durante quatro dias, hospedado no Costão do Santinho, que foi considerado o melhor Resort Praia do Brasil algumas boas vezes. Do minuto em que cheguei à madrugada final da minha estadia, a chuva e o céu cinza dançaram como loucos sobre minha cabeça, sem poupar o sapateado.

Depois de dois dias de muito trabalho e viradas de noite, acabei fazendo um pit stop pra rever uma grande amiga de Floripa, a Chef Didi, já comentada por aqui (a dona do santo cookie).
Não havia dúvida que acabaríamos em uma orgia gastronômica em algum lugar, só não se sabia onde e como, mas sabíamos da comida. Decidimos passar no mercado e preparar uns quitutes em casa. A mente efervescente da Didi pariu uma idéia que acabou virando uma surpresa deliciosa. Entre legumes, camarões frescos e salmão, existia minha dúvida se aquela seria a receita ideal pra uma noite de frio. Passamos em um empório e compramos um vinho rosé brasileiro, da Villa Francioni. Continuei reticente, principalmente, porque não sou um grande fã de vinhos brasileiros.

Chegamos em casa, fizemos fogo na churrasqueira e começamos um espetáculo na grelha. Cogumelos inteiros, tomates pela metade e brócolis temperados ao azeite e curry, camarões frescos e salmão com ervas, pimentão verde, cebola roxa, uma peça maravilhosa de queijo gruyere e 
pães. Tudo tostando na grelha.

Abrimos o vinho e cheguei a conclusão de que a língua é o chicote da bunda. Um rosé que ganhou meu respeito e me fez olhar para esse "terroir brasileiro" com outros olhos.
Essas maravilhas douradas foram servidas em uma gamela de madeira, acompanhadas de alecrim e queijo brie. Tudo consumido à mão, de maneira viceral e insubstituível.
A noite foi uma odisséia regada a sabores intensos, conversas deliciosas em inglês e tonturinha de vinho bom.

Na manhã seguinte, iniciei meu dia tomando um belo café da manhã no Dom Joaquim, café onde a Didi chefia a cozinha. Além da boa lembrança da noite anterior, provei um cheesecake de lamber os dedos, também criatura da Chef Didi.
No meio de trabalho e loucuras que a economia coloca em nossas vidas, precisamos buscar conforto nesses pequenos prazeres, pois são eles que acabam fazendo da nossa vida o que a vida realmente é.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Robin Wood remasterizado




Um sentimento bom tomou conta de mim com a descoberta do Robin des Bois, uma dica que descobri de boca aberta, na cadeira da minha dentista, que acabou me ganhando só por introduzir esse novo lugar na minha vida. Um restaurante que eu arriscaria chamar de "a revelação dos últimos tempos". Pequeno, charmoso e autêntico (e recém nascido!), tem um cardápio conciso e muito bem executado, com pratos de origem francesa, mas que pisaram nas terras do Brasil de maneira marcante e definitiva. A idéia veio do mesmo restaurante de Nova Iorque, interpretada por brasileiros sensíveis e elegantes, que colocam bom gosto até na hora de trazer a conta - sempre com uma mensagem pessoal escrita a próprio punho, como um simples e simpático "Mercy" que, segundo Marcos (pessoa brilhante que nos atendeu), renova a mensagem a cada semana.

Tati, sócia e amiga do coração, foi a companhia ideal para saborear um medalhão ao molho de mostarda de dijon acompanhado de risoto de shitake e shimeji. Suave, saboroso e em sintonia com um ambiente aconchegante, intimista e criativo. Esse prato excelente foi seguido por créme brulée e um tiramissu reinventado, que vale muito a pena provar.

Robin des Bois fica na Capote Valente, 86. O custo benefício é inquestionável. Se eu fosse você, daria um jeito de experimentar não apenas os pratos deliciosos de lá, mas o astral das pessoas e do lugar. É bem provável que vocês me encontrem por lá.

www.robindesbois.com.br

sábado, 13 de setembro de 2008

Gafe americanipônica

Quinta, acordei de ovo virado, tomado por um espírito sindicalista. Fui pra padaria da esquina, determinado a tomar uma providência sobre o tédio da vida workaholic. Ou da não-vida, como preferir. Pedi uma vita-suco com beterraba (tô fazendo meu branding na padoca. Quem mais pede uma vita-suco com beterraba?), um sanduíche de peru light que insisto em corromper, trocando o queijo prato por queijo branco tostado, acrescentando tomate, alface, servido no croissant e um café com leite médio (me irrita café com leite pequeno. Perde toda a nostalgia.), abri um livreto pra lá de interessante: The Perry Bible Fellowship,  do Colonel Sweeto (são quadrinhos de humor ácido e sofisticado, introduzidos em minha vida pelo Drehmer), peguei o telefone e liguei pro meu primo. 
_ Maaaaaarceeeeelllllll bl-bl-bl-bl-bl-bl-bl-bl-bl-bl... (um grito esganiçado mais ou menos parecido com o de um peru!)
_ Fala, cueca suja.
_ Celo, preciso fazer alguma coisa que me diga que minha vida não se resumiu em trabalho. Tu e a Lu têm planos pra hoje?

Fomos para um sushi. O Mori Sushi, que fica na rua da Consolação, 3610. O lugar é super interessante, com um ar moderno sem deixar de ser aconchegante, pratos gostosos (com a exceção desastrosa que vem em seguida) e bem executados, sem meter a faca. Pedi um temaki de salmão com polvo e molho tarê, hot holl e, na seqüência, um gunkan flambado, porque vi uma bandeja pegando fogo indo até a mesa de duas mulheres (é um sentimento primitivo ser atraíto pelo fogo. Coisa louca...). Furada! Eu achei que se tratava de algo bem elaborado e composto em cima de algum repertório bem resolvido. Um enrolado de salmão que foi assassinado por um recheio grotesco de cream-cheese e salpicadas super mal-feitas de shimeji, tudo flambado no cointreau. Perdeu-se o sabor do salmão e o que ficou foi uma textura massuda e desagradável de quase uma colher de sopa de cream-cheese no meio de cada gunkan. Em resumo, o japonês é apulhado pelas costas por um yankee, banhados em um cointreau ainda com álcool, que resultou num toque de laranja artificial totalmente dispensável. Tudo pegando fogo. Uma legítima cena de horror. Isso sem falar que terminamos os temakis e a metade da odisséia fumegante até chegarem nossas bebidas. A confusão terminou merecendo aplausos de pé quando dois garçons completaram a cena discutindo na nossa frente de quem era a responsabilidade de atender a nossa mesa. Triste.

Responsáveis pelo Mori: vocês fizeram um belo lugar, agradável e interessante, mas ficou claro que falta investir no capital humano. Treinamento é palavra de ordem para um time que quer dar certo.
Espero que vocês corrijam essa falha e que "desamericanizem" um pouco os pratos, deixando o cream-cheese cantarolar em cima de um pão no café da manhã, mas não na comida japonesa. Passou do ponto.
Não digo que não voltarei, porque acredito no poder de transformação das pessoas. Pode ter sido um lapso, um momento infeliz e nós os sorteados. Vai saber!






















É desse lugar que eu tô falando.



segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Novinho e dando certo

Morar e trabalhar na Vila Olímpia se torna um desafio, depois de certo tempo, principalmente, no que diz respeito a comer. Pra sobreviver a um cenário lotado de executivos e pessoas super ocupadas que, num geral, acreditam que seu tempo é mais importante que o de qualquer outro ser, você precisa desenvolver algumas técnicas, como almoçar antes de todo mundo ou depois que o frenesi já passou, além disso, começa a fazer um mapeamento de novas possibilidades de lugares pra almoçar. É muito fácil encher o saco dos restaurantes de sempre.

Uma descoberta interessante foi o Citrino, um bistrô da rua Jesuíno que tem se mostrado interessado em ser diferente no meio de tantos buffets. Um espaço pequeno e simpático, com um teto retrátil (que faz toda a diferença em dias bonitos!) e cheio de pessoas com vontade de fazer a coisa funcionar. Atendentes prestativos e um chef tentando sair do óbvio. Maurício Azevedo comanda a cozinha do bistrô e preparou dois pratos que ganharam minha atenção: talharim de massa verde com camarões, tomates cereja ao molho de creme e o terrine de salmão servido frio com folhas verdes, tomate cereja, mussarela de búfala e um molho à base de shoyo e ostra. Simples, leves e saborosos.

Torço pela inquietação da equipe e pra que não percam sua essência. Tenho certeza que se focarem no fazer bem, vocês vão longe.

Citrino serve a la carte e fica na rua Ministro Jesuíno Cardoso, 556. Vá cedo ou lá pelas 14h. Vai evitar atrolho.










Terrine é um jeito diferente de comer salmão. Vale a pena provar!





quinta-feira, 31 de julho de 2008

De boas intenções o inferno está cheio

Há muito tempo vínhamos reclamando da falta de bons restaurantes em Chapecó, SC. Cidade onde tenho uma das unidades da minha agência de propaganda. Seguido, viajamos eu e meu sócio Sávio para trabalhar na cidade e sempre encontramos dificuldades, no que se diz respeito a gastronomia.
Enfim, na terça-feira da outra semana, decidimos experimentar um novo lugar que prometia ser uma revolução no cardápio de restaurantes de Chapecó. Furada! O ambiente é agradável e é perceptível o investimento feito, o clima dourado e aconchegante te enche de esperança numa terra onde não existem bons restaurantes, o atendimento, ainda que atrapalhado, é bem feito. Mas, o grande problema é que o principal de um bom restaurante não foi contemplado: a boa comida. Começou mal, pois o lugar se propõe a fazer rodízio de massas, uma desgraça pra quem tenta manter a qualidade da comida.
Fomos recebidos com entradinhas teoricamente interessantes: brusquetas de tomate e queijo. Na verdade eram torradinhas com uma pasta seca horrorosa e mal preparada, nem a estética nem o gosto conseguiram me convencer. Em seguida, sopa no pão italiano. Mais uma vez, economia nos ingredientes e cretinice na preparação. Nos foi servido um capeletti seco dentro de um pão tipo italiano que deixou a sopa com aspecto barato e sem graça. Em seguida, salada de radicci com bacon e fatias de tomates verdes do tamanho de um CD. Um horror. Na seqüência, as massas. Todas mal executadas e preparadas com molhos prontos (polpa de tomate daquelas que se compra apenas por questão de economia). Se tratando de comida, a experiência foi pra lá de ruim e decepcionou a todos que esperavam uma luz no fim do túnel, se tratando do cenário minguado de restaurantes que a cidade tem. Sem falar nos guardanapos baratos que pareciam papel higiênico daqueles antigos dobrado ao lado do prato. Mau gosto, gente, mau gosto!
Pessoal do Cantina Grill (esse é o nome do lugar), por favor, invistam em um bom chef e reavaliem a questão do rodízio, apostando em ingredientes de melhor qualidade. Existe um público sedento por isso em Chapecó e vocês podem fazer a diferença.
Torço pela mudança!


terça-feira, 8 de julho de 2008

Fã Clube da Zezé

Há dias atrás, meu pai e eu fomos convidados para jantar na casa dos pais do Sávio, grande amigo e sócio da Yo. A cozinheira? Zezé, a mãe dele. Eu andava irritado com tantos comentários a respeito da comida da mãe do Sávio, toda merda que se comia vinha acompanhada do discurso "minha mãe faz isso infinitamente melhor". Porra, Sávio, pára de contar dinheiro na frente de pobre e me convida pra provar a comida dela, cacete! Depois de tanto chutar a canela dele, rolou a oportunidade de provar a tão famosa comida da Zezé.
Fomos recebidos com calorosos abraços e um vinho rosé de primeiríssima qualidade. Entre histórias fascinantes do tempo do guaraná de rolha e boas risadas, Zezé nos surpreendeu com uma entrada nada modesta: antipasto de pimentões assados, pão italiano e uma pasta maravilhosa de rockefort e o mais incrível azeite de oliva extra-virgem, daqueles que são turvos de tão ricos (descobri que a Zezé esconde o azeite quando o Sávio vai visitá-la. Um belo folgado que detona os melhores ingredientes da mama!). Pra continuar, uma sopinha de abóbora servida em uma charmosa mini-caneca, com queijo parmesão, salsinha e azeite. Uma delícia na porção certa pra te aquecer em um dia frio antes de um belo jantar entre amigos.
Como prato principal, cabrito assado, ravioli na manteiga com sálvia (os melhores do repertório) servidos com coelho ao molho de vinho. Eu poderia ter comido tudo de joelhos.
Zezé finalizou a orgia gastronômica com um doce fantástico de sorvete de creme, chocolate e suspiros, capaz de amolecer qualquer coração.
Enchemos a cara de vinho, daqueles porres bons de terminar a noite com confissões, boas risadas e promessas de reencontros.
Zezé e Milton, muito obrigado pela hospitalidade. Savieto, valeu o convite! De verdade, tua mãe é a melhor!
E dá-lhe Zezé!


segunda-feira, 9 de junho de 2008

Chef Didi assume o comando

Há dias atrás, recebi um sinal de fumaça de uma grande amiga que, assim como eu, havia tomado outros rumos em busca de novos sabores na vida. Em meio a um bombardeio de trabalho, pé-na-bunda de uma possível relação, acidente de carro e outros eventinhos apoteóticos, o universo conspirou a favor de um reencontro cheio de bons momentos, histórias incríveis e sabores que deixaram o que falar. Chef Didi (que antes era a menina das palavras, agora virou a mulher dos sabores) se manteve longe da minha vida, mas não da minha memória, por longos 4 anos. Agora, vai dar uma palhinha do que foi nosso final de semana aqui. Eu me detive a dividir boas histórias e, nas ocasiões em que consegui sair da frente do computador, ser seu "assistente" na cozinha.

Chef Didi, dê o que falar.

Didi:
Gastronomicamente a cidade me engoliu, eu que pedi, e foi ótimo.
Vou confessar que a primeira impressão foi dentro do previsto. Cheguei na casa do Douglas e de cara ima
ginei que passaria cinco dias comendo comida de rua, que na maior parte das vezes decepciona (a não ser que você tenha grande familiaridade com a cidade). Daí fui entender que a sua relação com comida é constante, curiosa e instigante (mesmo assim sua geladeira foi fria - de imaginação - comigo). Regra No. 1: eu sempre vou preferir comer em casa a comer na rua. Eu sei, eu sei, to batendo na cara do propósito do Blog, mas, veja bem, comer em casa as vezes vem com valet, decoração, serviço, e um cutucão nos cinco sentidos. Sem querer foi isso que eu acabei fazendo na rotina dele.
Dei as minhas voltas pela cidade, que antes eu nunca considerei como possível casa, mas hoje o discurso é outro, achava tudo muito grande, genérico, impessoal e sufocante. Hoje eu tiro o impessoal e sufocante, porque vi como São Paulo é linda (e muito arborizada, um ponto importante pra mim), e confesso que vi no grande e genérico um lado positivo, cheio de opções, e tão safisfatório que transbordou o meu prato, várias vezes!
Comi muitas coisas, doces em cafés (que não me impressionaram), raviolis Sorpresa (que no meu caso, acho que o cozinheiro tava com a tv ligada e não tive sorpresa alguma - minha gema não estourou!, daí não deu pra gozar), e lanchinhos de madrugada na Lanchonete da Cidade.
Nos meus dias aqui, o que me impressionou e fui obrigada a ligar pro meu pai e pra minha irmã enquanto esperava o meu prato, gaguejando que 
eu tava prestes a fazer uma daquelas refeições que ficam na memória pro resto da vida foi no shopping São Paulo, na 25, com restaurantes chineses tão tradicionais que é bem difícil fazer o seu pedido em português. Eu dei uma boa olhada em volta e logo vi que eu era uma das dez pessoas ali que não tinham descendência asiática. A única coisa que me incomodou foi esperar uns tr
inta minutos pelo meu prato, mas a hora que ele apareceu qualquer aborrecimento passou e juro, foi uma das melhores refeições ultimamente. Noodles com frutos do mar picantes. Meu plano é voltar e provar todo o cardápio! Dos 3 restaurantes.
Enquanto isso na casa do Douglas...
Foi uma sequência de refeições completas. O que torna uma refeição completa é a comida, os amigos, a música, o lugar, aquilo que eu disse antes. Todos os sentidos. Massas e legumes, ovos mexidos com mostarda, cookies e por fim um domingo com comida inglesa confortante e tradicional. Misturei isso com um encontro nostálgico e emocionante entre dois amigos que sabe-se lá porque passaram quatro anos sem se ver e eu tive um fim de semana bem... bem, difícil de achar uma palavra só!
São Paulo me tirou do sério! O Douglas me tirou do sério! No fim, era bem o que eu precisava: uma injeção de adrelina causada por milhões de impressões que juro ia dormir decepcionada por não poder agüentar acordada por cinco dias. Só tenho um plano: voltar. E logo.



"Eu comi o cookie da Didi."

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um basta na cretinice da cozinha

Minha gente, sou um grande fã e consumidor de design e acredito que a beleza tem um papel de compensar as merdas da vida. Dias atrás, comecei a analisar os utensílios da minha cozinha e deu vergonha da quantidade de louças diferentes e velhas que tenho por lá. Uns quatro modelos de pratos, talheres baratos, muitos copos que não conseguem estabelecer um diálogo entre si, panelas meia-boca, falta de alguns utensílios e, principalmente, nenhum espaço pra organizar essa zona toda. Uma compilação que a vida se encarrega de avacalhar, caso você não dê o mínimo de atenção.
Para ordinários como eu, fiz uma compilação de algumas peças de design do mundo da gastronomia, entre elas, predomina a assinatura de Philippe Starck, um "pica grossa" do universo do design. Tudo pra lembrar que a cozinha também precisa de alguma dignidade e estilo, porque somos movidos pela boa refeição e não existe isso sem bons objetos associados. Dá uma conferida, mas não coloque fogo em casa.




Formas inusitadas inspiram e criam uma atmosfera toda especial.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Cordeiro espetacular

Sábado foi um dia cinza, daqueles cheios de trabalho, pouca comida em casa e vontade nenhuma de fazer o que tem que ser feito. Definitivamente, um dia que você não contaria para os seus netos, se não fosse o almoço que decidi me dar de presente na tentativa de dar outra cor nesse dia desaturado.
Peguei uma revista, um caderno, uma bic velha e escolhi a melhor mesa do Empório Ravioli. Tudo para tentar agilizar o trabalho com alguma dignidade, já que se tratava de um final de semana em que a economia seguia com as garras cravadas na minha jugular. Depois de divagar em cima do cardápio com um dos bons e velhos garçons de lá, optei pelo Agnello Toscana, um cordeiro marinado no vinho branco, alecrim e especiarias, assado e servido com fettuccine no próprio molho do cordeiro e cebolas assadas. Quase pedi um punhado de milhos pra me ajoelhar enquanto comia, de tão bom. Super saboroso sem ser agressivo e pesado. A surpresa foi tão boa que pedi uma taça de vinho Santa Julia, um belo de um Malbec que, mesmo novo (2006), não deixou nada a desejar.
Não estou falando de um prato barato nem de uma refeição que se faz todo dia. Gastei R$ 93,00 no almoço, com suco de laranja, água, vinho e café, e valeu cada centavo. O ambiente é pra lá de agradável, os pratos super bem preparados e uma equipe que te atende bem e não enche o saco. Senhores que encaram ser garçom como uma profissão escolhida a dedo e isso é de se aplaudir em dias onde tem muitas empresas que decidem não investir no capital humano e gente que encara essa profissão como um bico até encontrar outra oportunidade.
Resumindo, o lugar é aconchegante, a comida é bem preparada e o pessoal manda muito bem nos serviços. Experimentem, pois vale a pena.
O Empório Ravioli fica na Fidêncio Ramos esquina com a Ramos Batista, na Vila Olímpia, e é coordenado pelo chef Roberto Ravioli. Vai, vai, vai.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Ritz e o linguine de camarão com abobrinha

Na quinta-feira - o 24673675883784º feriado do ano -, recebi uma grande amiga, a Lu Rodrigues, que não via há um belo tempo. Decidi levá-la para almoçar num lugar decente, com gente educada e boa comida. Para nos fazer companhia, o queridíssimo e iconográfico Rike pisou em São Paulo, enchendo essa terra cinza de alegria e notas de cardamomo, pra não dizer humor-negro imperdível e as melhores dicas de filmes que se possa imaginar fora da Blockbuster. Pra não ter erro, optei por levá-los no Ritz. 
Comer no Ritz já virou o clichê da bacanice aqui em São Paulo. Gente descolada, garçons bonitos, ambiente com cara de europeu e um cardápio não muito extenso e bem executado. Alguns ingredientes fundamentais pra fazer um restaurante dar certo nos dias de hoje.
Começamos com uma porção de bolinhos de arroz, com o toque de sabor da vovó e o charme da tia que fugiu da cidade pequena. Saborosos, nostálgicos e na medida certa pra não roubar a cena do prato principal. Lu num mojito de tirar o chapéu e o Rike e eu numa versão sem álcool, apostando nos coloridos sucos de laranja e melancia. Como protagonistas do almoço, fomos nos meus pratos preferidos do cardápio: linguine de mix de cogumelos para os rapazes e linguine de camarão com abobrinha para a Luzita. Ambos deliciosos, mas devo jogar confetes no linguine de camarão, que tem um sabor leve e intenso, de fazer qualquer um lamber os beiços. Eles conseguiram uma combinação super harmônica regada a creme de leite e parmesão, servidos numa combuca pra lá de charmosa.
Saímos os três numa maratona pela digestão e na procura da loja do Häagen Dazs da Oscar Freire. Calor humano e doces impecáveis pra colocar algum verve nesses dias de frio. Terminamos a experiência extasiados com tantos sabores, bom papo e gargalhadas.
Nada melhor que grandes amigos e boa comida para celebrar a vida e lembrar dos prazeres das coisas simples.
O Ritz fica na Alameda Franca, 1088. Comece a refeição com um bom drink. Cheers!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Uma delícia que saiu do cardápio

O Bar Leblon foi uma descoberta bacana de não muito tempo. Acabou se tornando o ponto de encontro com Vavá, uma amiga gaúcha que vive na ponte aérea Porto Alegre / São Paulo. Na primeira vez que fomos, experimentei um sanduíche de bacalhau servido na broa de milho, com azeitonas pretas, palmito e temperos frescos. Delicioso e criativo como poucos.
Hoje, fomos até lá só por causa do dito sanduíche. Foi motivo pra Vavá e eu darmos um ponta-pé na saudade da gente e da "iguaria" do bar Leblon. Marcamos 20h30. Cheguei atrasado e fui recebido com a triste notícia de que o sanduíche havia sido tirado do cardápio. Coisa feia, minha gente! Se não fosse toda a agilidade da mulher brasileira: Vavá já havia conversado com o garçom, que foi o rei do bem servir, indo até a padaria mais próxima tentar achar a broa de milho e servirem o santo sanduíche pra gente. Salve Reinaldo! Conseguiu a broa e nos serviu o sanduíche com toda gentileza que se pode esperar de um bom garçom. Adorei!
O Bar Leblon fica na Bela Cintra, 483. Se você puder, dê um pulo lá e faça um movimento pelo sanduíche de bacalhau do Leblon. É delicioso, mas exótico a ponto de poucos pedirem. Você não vai se arrepender, te garanto!

Ao pessoal do Leblon, por favor, considerem a volta do sanduíche. Sem dúvida, uma boa assessoria de imprensa e alguma divulgação interna, vai ajudar as pessoas a perder o medo de pedir algo diferente de frituras.

Tantra nos 30 de Lala

Na quinta, a Lala fez 30 anos. Uma idade simbólica que precisa de alguma apoteóse na comemoração. Estávamos num brainstorm maluco tentando parir uma festa digna para o fechamento das três décadas da dita cuja. Pensamos, pensamos, e depois de fazer uma puta logística de quem faz o som, quem ilumina, quem pinta e quem borda, ela decidiu não se encher o saco com o pós-festa (que é um dos grandes pesadelos de quem decide fazer uma festa de aniversário em casa) e resumiu tudo num jantar no Tantra, um restaurante "mongol" na rua Chilon da Vila Olímpia.
A proposta é bem interessante, tem uma mesa com vários ingredientes onde você cria seus pratos ou segue receitas dispostas na parede à sua frente. Você monta sua combuca e tudo é tostado numa chapa enorme no meio do restaurante. É uma quantidade de ingredientes que permite viajar por diferentes lugares na mesma refeição.
Eu preparei um cordeiro com hortelã e mais uma cacetada de legumes, temperos e afins, pra fazer o abre alas da orgia gastronômica. Encerrei com os dois pés enfiados numa jaca de tubarão e frutos do mar, regados à cogumelos frescos, caldo de ostras e um exagero de condimentos (alguns capazes de te dar algum barato). Foi bom de comer e de interagir com todas as pessoas queridas que estavam lá comemorando a virada da Lala. Amigos, parentes e desconhecidos interessantes.
O restaurante é legal, tem uma decoração aconchegante, cheio de pequenos detalhes bacanas e uma torneira de dar dó no banheiro, pra cagar com todo o trabalho que tiveram com o resto do lugar. É sério, gente, eu gostei muito de lá, mas não consegui perdoar a torneira de bambú que eles improvisaram ao lado de um registro daqueles que você só instala na lavanderia ou nos fundos de casa. Que mau gosto! Se não dá pra inovar pagando, pelo menos, se certifica que a invenção vai funcionar. Ou tenha um plano B pra consertar. É o mínimo. Não rolou, pessoal do Tantra... não rolou!
De qualquer forma, é um lugar pra se conferir e colocar seu lado "chef" pra funcionar. Não vai causar uma revolução na tua vida, mas vai garantir diversão entre pessoas que se amam e amam se descobrir.
Experimenta e conta aqui depois.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Um belo lugar pra ir

Tem algum tempo que descobri o Octávio Café. Um lugar charmoso que tem se tornado o ponto de encontro de muitas reuniões. Seguido passo tardes inteiras trabalhando lá com meu laptop, degustando delícias, experimentando diferentes cafés e chutando a bunda da rotina. Além de um ambiente super bonito e agradável, com acesso a internet e poltronas confortáveis, o cardápio é cheio de comidas criativas e petiscos de tirar o chapéu, das brusquetas saborosíssimas às massas de combinações surpreendentes. Ontem, estive numa reunião lá e me saboreei comendo uma massa recheada de carne ao vinho tinto, com molho de mix de cogumelos, aspargos frescos e lâminas de parmesão. Uma delícia. Tão gostoso que fez com que a noite não parecesse trabalho.
Apareça para conhecer o espaço (ande pela rampa que leva até o banheiro, mensagens sobre café se acenderão no chão quando você passar), encher a boca de sabor e ser super bem atendido.
O Octávio Café fica na Faria Lima, 2996. Você não vai economizar, mas vale muito a pena!



Fotos: Octávio Café (site)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Frango com cerveja da Dona Lurdes!

Há algum tempo atrás, minha mãe me supreendeu com uma receita de frango com cerveja, a qual venho tentando aprimorar de tempo em tempo. Ontem, num digno almoço de domingo e bom papo com o amigo Gustavo e sua excelentíssima esposa Jaque, consegui fazer a melhor de todas as tentativas dessa receita e, por isso, decidi postá-la aqui.

Frango na cerveja

- Sobrecoxas de frango sem pele (eu fiz cerca de 1kg)
- 01 cebola picada
- Uns 07 dentes de alho picados
- Umas 04 colheres de salsa picada
- 02 tomates
- 02 latas de cerveja
- Sal (eu comecei a usar aquele que tem Aji-no-moto misturado e fica bom)
- Pimenta preta moída na hora
- Algumas folhas de louro
- Azeite extra-virgem

Lembrando que todos os ingredientes são uma quantidade média, porque sou o tipo de cara que cozinha pelo feeling.

Modo de preparo: Tempere o frango com sal, pimenta, todo aquele alho e umas folhinhas de louro. Esfregue os ingredientes nas coxas (de frango, claro... piadinha infame!), despeje uma lata de cerveja e as deixe marinar por uns 30 minutos. Pegue uma panela estilo "wok", frite as cebolas até elas quase queimarem (é bom deixar os tostadinhos tomarem conta), vá acomodando os pedaços de frango na panela e deixe dourar. Ele vai soltar um pouco de água, mas logo seca e começa a dourar tudo, deixando um cheiro incrível na cozinha. Quando tudo estiver super dourado (não permita que o frango fique sem cor. Nada é mais brochante que um frango meio pálido e meio cru), acrescente os tomates e, depois de uma leve refogada, acrescente aquela mistura de cerveja com alho que o frango tava dentro. Deixa cozinhar. A comida precisa de seu tempo, mais ou menos, como um filho. Você precisa ficar de olho, mas tem que deixar ele seguir seu caminho natural.
Veja se está bom de sal e deixe continuar o cozimento. Quando estiver quase seco, acrescente a outra lata de cerveja, pra que o frango cozinhe por mais tempo e ganhe mais sabor.
Quando estiver envolvido num molho cremoso (porém, líquido), acrescente a salsa, espere mais um pouco e tá pronto. Simples, simples.

Pra acompanhar, fiz uma polenta à moda antiga, feita no braço. Nada de Polentina pré-cozida! Pra fazer vai farinha de milho, água, sal, um toque de azeite, tomilho, louro e boa vontade pra ficar mexendo.

Servi o frango com a polenta e queijo parmesão, acompanhados de folhas de agrião. Tudo regado a um azeite inadreditável que trouxe da Itália, o Uliveti Stefanini.
Essa receita é uma delícia e fácil de preparar, porém, precisa de um pouco de tempo pra fazer as coisas acontecerem como devem. Não deixe de tentar!


segunda-feira, 21 de abril de 2008

Inaugurando o apê de Savieto

Sávio é meu sócio e grande amigo. Já tem um tempo que a gente trabalha junto e divide algumas ideologias, mas há pouco tempo nos tornamos sócios e escudeiros de coisas legais da vida. Nessa história de trabalhar nos moldes home-office, meu apartamento havia se tornado o QG das discussões e o vulgo ambiente de trabalho, porém, o Sávio tinha a rotina ingrata de atravessar a cidade pra gente poder resolver as questões da agência se olhando na cara. Levanta de madrugada, vai pra academia quase antes do sol raiar e aparece aqui em casa lá pelas 9h30, 10h da matina. Um saco pra qualquer cidadão. A partir dessa rotina desgastante, ele começou a procurar apartamento aqui perto de casa, pra poder deixar o carro em casa e trocar a buzina por um pouco de tranqüilidade. Nada de sucesso na busca até que, num de meus momentos de nôno Téo, forcei pra que ele fosse conversar com os caras que mais sabem de apartamentos disponíveis no mundo: os porteiros. Dito e feito, acabou vindo morar um apartamento ao lado do andar de baixo do meu.
Além dos medos declarados desse possível excesso de convivência (que pode levar a níveis gravíssimos, como pedir papel higiênico emprestado, no patamar mais dramático que se pode imaginar: ligando do banheiro e o vizinho tendo que levar. Não duvide! Melhor se precaver e estabelecer limites previamente. Gente é louca e a gente bem sabe disso!), rendeu um belo jantar de inauguração da cozinha. Se tratou de um penne ao limão siciliano e uma posta generosa de salmão ao limão com crosta de castanha de cajú, tudo regado a um bom azeite. Um exagero, levando em consideração o dia de merda que tivemos. Teria comido feliz um sanduíche de presunto e queijo com café com leite, porque, de mim, só restava alguma energia pra raspar limões e bocejar.
De qualquer forma, meu novo vizinho não fez feio no abre alas do apê. Pelo contrário, mandou benzaço, Savieto!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A pior experiência nipônica da história

Minha gente brasileira, na terça à noite, saímos para comemorar o aniversário da Lu com alguns amigos. Todos na expectativa de conhecer um novo japonês e ampliar nosso repertório de restaurantes. Fizemos uma reserva no Kazan, que fica na Melo Alves, 343. O restaurante começou mal, não permitindo que a aniversariante e seu namorado entrassem e fossem acomodados sem que os demais chegassem. Nessa, tiveram que ficar nos esperando na porta e vocês já sabem como funciona o trânsito na Rebouças.
Chegamos depois de uns 20 minutos e vivemos um buffet de horrores naquele lugar. Começamos com uma montoeira de calçados espalhados na porta da sala que reservamos no piso superior, deselegante a ponto de parecer uma pista de patinação de quinta categoria, nos acomodaram numa sala minúscula, super apertada e desconfortável, sentados sobre almofadas baratas e bem "ocidentais". Nada legal. Nas paredes, pátinas desgraçadas na combinação duvidosa de amarelo com lilás. A trilha sonora se resumia em "Take my breath away" interpretada pela décima colocada dos piores de American Idol. De doer, minha gente, de doer! O garçom demorou muito tempo para nos atender e foi um profissional de merda, definitivamente, dando apenas um cardápio para cinco pessoas e vivendo a plenitude do "não servir". Se tem uma coisa inaceitável é garçom de má vontade e que te atende com descaso, e é desse tipo de gente que eu tô falando.
A comida não tava tão ruim quanto o lugar e seus serviços, mas não surpreendeu, porém, dentro do pacote de grosserias e indelicadezas, poderia resumir o Kazan como a pior experiência nipônica da história. Diria que poucos lugares poderiam batê-lo no quesito mal atendimento e falta de bom senso.
Se não quiser ser mal-tratado num lugar de mau gosto, sugiro que não coloque seus pés naquele lugar, ao menos que seja masoquista.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Um pouco de São Paulo, um pouco de Brasil

Pela primeira vez em anos, acordei cedo no domingo de manhã. Pelo único e interessante motivo de fazer um passeio pelo centro de São Paulo guiado pela dona Neuza, uma senhora super simpática de 79 anos. Nos encontramos no Centro Cultural do Banco do Brasil, onde ela começou a contar a história dos principais prédios e monumentos do centro, conectando-os a sua própria história de vida.
Depois de alguns passos, acordei para uma cidade que eu ainda não conhecia, mesmo morando aqui há quatro anos. Entre causos incríveis e badaladas de sinos, acabamos fazendo uma pequena parada na Padaria Santa Tereza. De origem lusitana, é considerada uma das padarias mais antigas do Brasil, fundada em 1872. Antes, ficava na Santa Tereza, uma rua que desapareceu com a remodelação da Praça da Sé, o que fez com que se mudasse para a rua João Mendes, 150, nas costas da igreja. Em 2006, foi inaugurado o segundo piso, onde tem um charmoso restaurante no estilo "São Paulo antiga", digamos assim, com assoalho de tábuas da velha guarda e fotos lindíssimas que contam um pouco da história da cidade (o elevador é uma atração a parte).
Por ser uma parada relâmpago, acabei me detendo a um quindim acompanhado do bom e velho espresso, pra dar um gás no restante da caminhada. Nada surpreendente, mas honesto a ponto de me encher de vontade de voltar.
O restaurante me parece ser um bom motivo para reunir os amigos e viver um pouco da história de uma cidade muito mais fascinante do que a maioria das pessoas poderia imaginar. Vai lá, mas não deixe de aproveitar um domingo ensolarado para tirar o mofo e dar uma boa caminhada.
Obrigado, dona Neuza!

Em tempo: jamais teria passado por essa experiência incrível se não fosse o convite insubstituível do Celo e da Lu.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Comida de merda

Saí da academia lá pelas 13h15, tomei um banho de chuva e decidi comer num lugar mais rápido e com menos executivos. Tinha uma reunião às 14h30 e tudo que eu precisava era de um pouco de praticidade e menos desconforto por estar todo molhado da chuva. Nessa, acabei apostando no restaurante vegetariano Vila Manjerona, que eu já havia ido umas duas vezes. Minha gente, não sei se foi um dia ruim ou se o cozinheiro foi substituído por qualquer outra pessoa que tenho medo até de imaginar. 
Uma comida chocha, com pouca variedade e com ingredientes de qualidade duvidosa: brócolis murchos e sem cor cozidos no vapor com cenouras do mesmo naipe, carregados de temperos desidratados. Um mau gosto, gente amiga, que assustou. A potreína de soja era uma esponja insôsa de dar dó, uma moranga cheia de uma gosma amarelada que parecia creme de milho com depaços de coisas indecifráveis no meio, não tive coragem de provar. De resto, saladas com folhas horríveis, cebolas cobertas de tomilho desidratado, ruim só de ver, sopa de feijão ralinha, sem sabor, o arroz integral dava pra fazer sushi de tão grudado, os caras cozinharam a ponto de estourar os grãos. Um horror! É um buffet livre (menos mal pra eles, porque poucos dariam lucro comendo por quilo, apesar de que o público deve se fazer de pessoas de paladar ordinário e novos clientes, dos quais, muitos não devem voltar), incluindo suco e sobremesa por R$ 12. Não vale a pena. Detesto sobrar comida no prato, mas não tive tolerância suficiente pra engolir aquela gororóba. Fui obrigado a desistir da sobremesa inclusa no pacote. Na minha vida, ficou comprovado, duvide de comida "alternativa" e vegetariana que custe muito pouco. Isso vai refletir em algum lugar, seja no preparo, nos ingredientes ou mesmo na limpeza. Vai por mim.
A Vila Manjerona fica na rua Jesuíno, 411, na Vila Olímpia. Não vá!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Wraps me conquistou

Saudável e gostoso.
Ontem, fui ao Wraps com um casal de amigos e foi uma noite surpreendente, em papo e sabores. Fizemos uma espécie de mesa árabe - onde todo mundo come de tudo e todos os sabores passam por todas as bocas -, mas com outros quitutes. Começamos com o couvert de tiras de cenoura e pepino pra molhar em pastinhas bem saudáveis e criativas, pãezinhos e palitos de massa e uma saladinha pra acompanhar: mix de folhas, granola salgada, molho de azeite e limão. A Ju apostou na sopa fria de cenoura com gengibre. Pra ajudar a compor a mesa, pedimos lombo de atum com gergelim e molho teriaky, servido com salada de broto de feijão e mais um monte de coisas que não comi e, pelo papo delicioso, não prestei atenção. Eu, como sempre, fui na novidade, um wraps californiano com peito de peru (um filé de verdade! nada de peru fatiado) com abobrinha, tomate assado, mussarela de búfala temperada, algumas folhas e uma fina massa laranja (que suponho ser de cenoura), a Ju pediu um vegetariano com cogumelos, beringela e afins. O Renatinho já foi mais pro trash, pedindo um mexicano com um bom toque de pimenta. Todos bons, mas tive um orgasmo comendo o meu. Não sei se me peguei em um dia mais sensível, mas aquele wrap foi uma experiência e tanto. Pra acompanhar, bebi um smooth a base de abacaxi, hortelã e sorbet de limão.
Valeu muito a pena e o ambiente tava bem gostoso. Passem na Oscar Freire, quase no final, prestem atenção do lado esquerdo da rua. Vão mais tarde, os garçons te atendem mais rápido e você evita o atrolho.
Recomendo, porque é o tipo de comida que você come se sentindo feliz.

Comida com cara de arte


Essa composição foi feita para uma marca de equipamentos de luxo para cozinha. Foi a legítima situação em que pude unir duas coisas que amo: comida e arte. Quase atingi um novo estado de consciência tendo que recortar tantas fotos e encontrar o ponto de equilíbrio estético entre tantos elementos.
Gostei muito do resultado, apesar disso ter que ser todo refeito depois, com fotos produzidas. De qualquer forma, foi mais um trabalho que sentei e fiquei saboreando o depois da gestação.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Um pedaço de Nápoli perto de casa

Marina di Vietri é uma das boas descobertas que fiz esse ano. Um pequeno restaurante italiano, de um senhor vindo de Nápoli. Ambiente modesto e com a proximidade que se costuma ter naquelas comunidades italianas em que as pessoas se conhecem, falam alto e riem para dar um novo gosto à vida.
O menu a la carte traz, de cabo a rabo, pratos super bem executados com um toque de cuidado de casa. O couvert é uma maravilha composta de abobrinhas e beringelas tostadas, tomates assados e minúsculas cebolas grelhadas, acompanhados de pãezinhos italianos quentes. 
Durante o dia, eles oferecem o menu executivo que, além de uma resumida opção de pratos, tem uma entrada de carpaccio ou uma salada mista das honestas, nesse pacote, inclui a sobremesa, entre elas, um tiramissu que parece ser alma-gêmea de um bom café espresso.
Os pratos variam de R$ 25 a R$ 50, transitando do famoso pesto (sem economia nos deliciosos pinoles) ao raviole de cordeiro na manteiga com sálvia. Vale a pena tirar um dia da semana para desvendar o cardápio desse pedaço da Itália que fica na rua Miguel Calfat, duas quadras depois da Clodomiro, sentido Itaim. Funciona ao meio-dia e à noite.
Vai lá, regue tudo com azeite e perca a moderação.

Buffetzinho honesto na Vila Olímpia

Fui almoçar com a Bartira, que me apresentou um buffet bem do honesto. Tem uma mesa resumida de saladas criativas - como abobrinha tostada, mix de folhas, salada de lentilha, beringela assada com queijo e ervas finas - e pratos quentes - purê de batatas, espaguete de tomates frescos e manjericão, postas de salmão com limão e alcaparras, o bom e velho feijão e arroz e por aí vai. Só pra vocês terem idéia.
Fica na faixa dos R$ 20 pra comer até estourar, incluindo sobremesa (bolo de cenoura com chocolate, gelatina e frutas. Eu optei pela tortinha de limão paga acompanhada por um café, também pago separadamente.).
O ambiente é agradável com mesas de madeira rústica e um clima intimista. O atendimento é rápido e não causa nenhum tipo de desconforto. Sauer Bistrô é um lugar pequeno na rua Júlio Diniz, 18, quase esquina com a Gomes de Carvalho. É uma boa opção pra quem trabalha nos arredores.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Um lugar pra se olhar de perto

Pisei no Rio na sexta pela primeira vez, desconsiderando as escalas de vôos que tive por lá. Cercado de montanhas e nuvens cinzas, acabei fugindo dos programas turísticos e entrei em algumas dobrinhas do Rio.
Comecei pela Barra da Tijuca comendo um belo salmão com gergelim e teriaky passando por um fettucini de carne com cogumelos e outros legumes ao molho de vinho do porto no jantar, na companhia da família de amigos Trilho, Lu e Ber, o filhote saltitante de grandes olhos azuis.Depois, acabei pegando um táxi em meio a um bom toró de chuva rumo à Copacabana com a missão de encontrar Carol, uma grande e corajosa amiga que vive de arte no Rio. E o grande barato foi o almoço de domingo, numa ruazinha em Santa Tereza (é isso, Carol?) que lembra muito as quebradas e morros de Lisboa. Lá encontramos uma casa das antigas com uma loja de quinquilharias bacanas embaixo e mais dois andares de um bar/restaurante completamente despretensioso e interessante. De chaves presas no cimento do chão à uma bicicleta no alto do palco, pequenas revelações se encarregam de te levar a algum lugar do passado enquanto você saboreia deliciosos pedacinhos de pão com tomate, molho pesto e uma lasca de queijo parmesão no topo. Além disso, também seguimos a dica do chef mal-humorado e nos deliciamos com fatias de batadas assadas em forno à lenha cobertas de fatia de tomate, queijo cheddar e gorgonzola. Uma beleza! Isso tudo regado à um refresco de guaraná natural que te força à olhar pra trás e resgatar algum sabor perdido na infância. A música era um acordeon que tocava, sem voz, músicas como "a canoa virou", "sebastiana" e por aí vai. Tão envolvente e fora do nosso mundo que nem deu pra esquentar com a falta de conhecimento da menina argentina que nos atendeu.
Vou descolar o nome do lugar e o endereço pra postar aqui. Fica mais fácil e vale bem a pena dar um pulo lá pra quem estiver passando pelo Rio.
Boa viagem ao passado!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Café do IED mandando bem

Tive uma reunião com o pessoal que se formou no Master lá do IED, naquelas de ver o que faremos para a entrega dos certificados. Mais ou menos como reunião de condomínio, não apareceu sequer meia dúzia.
Aproveitamos pra começar o papo no balcão do café do IED, que tem um cardápio bem interessante com sanduíches criativos e bem preparados que levam desde combinações de pimentões com carne a molho pesto com peito de peru. Pedi um café com leite, um suco de laranja e uma novidade do cardápio: sanduíche de rúcula com abobrinha tostada em conserva em um molho a base de azeite servido em pão francês super macio. Uma delícia! Enfim, um jantar regado a papo bom e belas risadas. Pena não ser um café aberto ao público, porque recomendaria muito uma passadinha pra filar o novo sanduíche.
Aproveitei e paguei uma "pendura" que tinha deixado em aberto há meses. O dono do café teve um jeito todo delicado pra me dizer que havia algo a ser acertado: "Douglas, querido, tu tem um crédito aqui com a gente" - Que beleza, disse eu - depois de remexer muitos papéis, ele me olha nos olhos e diz "não é crédito, é débito, me enganei". Achei ótimo, por
que tive a chance de pagar algo que talvez eu nunca lembrasse de acertar. Deus nos coloca em algumas situações pra que alcancemos sonhos e paguemos dívidas.
Ainda terminei a noite visitando uma baita amiga querida que mora no prédio ao lado do IED. Acabei dando uns ponta-pés na saudade e ganhando um belo presente de aniversário atrasado. Noite divertida, no mínimo!










Dêem uma olhada no saleiro, pimenteiro e porta-palito que ganhei. Meio Dalí, meio Karim Rashid. Surreais.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Filando comida na casa alheia

Combinei um jantar na casa dos meus primos, Celo e Lu (prima por uso capião), motivo pra um papo sobre a marca de uma companhia de teatro de um amigo deles (agora, amigo meu). Saí correndo de uma reunião e nem passar em casa pra pegar um pouco de dignidade eu consegui. Cheguei lá, janta quase pronta. Gil na cozinha e o cheiro de panquecas tomando conta do lugar. Panquecas de carne moída, gente amiga! Tem panqueca mais panqueca que a de carne moída coberta com molho de tomates? De jeito nenhum!
Comemos mal diagramados pela sala, com tv, som e computadores ligados. Um desperdício, mas tudo parecia compor bem naquele momento.
Papo bom, papo bom e a cortina se abre com panquecas de côco com leite condensado. Foi o paraíso, pra eu que tentava alguma interação social na frente do laptop encaminhando alguns e-mails. Companhia demais, trabalho demais! Começou a ficar difícil conversar, ouvir música, escrever e-mails e digerir as quatro panquecas que mandei ver. Era demais pra mim. Comecei a não fazer nada direito, nem o e-mail, nem o papo, nem a digestão. Nessas horas, é sempre bom saber a hora de ir embora. Nada de bancar o chato na casa dos outros, ainda mais quando não foi você quem cozinhou. Vim pra casa com a vontade de ficar. E lá iá!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma noite a gente sai pra comer, a outra só Deus sabe

Minha gente, de fato, tive que mudar um pouco a cara da conversa por aqui. Falar de comida, falar de comida, mas a verdade é que me enrolei no computador e, claro, ficou tarde pra sair pra comer. Bom, decidi fazer algo em casa. Depois de viajar por semanas, abro a geladeira e a depressão que dá ver uma garrafa de água pela metade, uma coca no final, manteiga velha, presunto e suco vencidos, vocês não têm idéia. Decidi interromper o texto pra transformar isso numa espécie de "você decide". Sim, vou até a cozinha bancar o Google e ver o que dá pra fazer.
Vejam o que encontrei: macarrão, uma cebola que deu pra aproveitar a metade, alhos, um único talo de cebolinha no canteiro (só tinha boldo, gente!), presunto (tinha um bom!), queijo fatiado e alguns temperos daqueles que todo mundo tem. Me dei bem.
Ah, me resta a glória de um azeite bom em casa...
Gostei dessa idéia de ir escrevendo e fazendo a comida, parece que tô com a casa cheia. Parece coisa de louco, isso sim.
Bom, voltando a receita. Tosta tudo, quase queima, acrescenta leite pra salvar e aí começa o desespero. Virou uma gororóba daquelas difíceis de se colocar alguma fé. Acrescenta uma sálvia desidratada, 1/4 de tablete de caldo e a alquimia falida estava declarada com bandeira na porta. Comecei a cozinhar tudo numa desordem controlada, ouvindo Amy Winehouse e batendo o pé. Olho pra panela direito e vejo um cabelo fervendo com a comida. Blééééé! E pra piorar, preto e comprido! Éeeeeeeedinaaaaaaaaaaaa! Minha gente brasileira, o que eu posso fazer numa hora dessas senão tirar o cabelo e terminar a dita da massa?  
Agora, fica uma puta dúvida: de onde diabos teria vindo um cabelo da Édina? Da embalagem de presunto? Da colher de mexer? Ou de mim? Medo.
Molho pronto. No universo dos vinhos, eu diria que ele é um demi-bom.
Massa cozida. Mistura tudo, põe queijo, rega de azeite e vai pagar pecados com garfo e faca.
Provei. E é uma massa mais ou menos que subiu na vida. Definitivamente! Tô proibido de tecer elogios, mas não precisei botar no lixo.
Agora, é encher um copo com gelo pra dar um clima na coca velha que tinha no fundo da garrafa na geladeira.
É isso minha gente, por hoje, é o que temos!









Momentos de intensa alegria na cozinha.
Dar risada sozinho é uma das grandes descobertas da vida. Ou vai dizer que não?!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Piola numa versão mais ou menos

Bem, antes de mais nada, esta experiência foi o ponta-pé inicial da idéia de escrever sobre os lugares que saio pra comer. Nem todos, mas os que interessam. O ponto aqui é falar sobre o contexto da refeição, da recepção à esnobada do garçon na sua pisada porta afora. Pra falar bem ou pra jogar tomates na fachada do lugar. Comecemos, então!

Chegamos no Piola da Lorena lá pelas 22h de ontem, pouco cheio, clima bom, fomos bem recebidos. Mesa pra dois, Dani La e eu fomos atendidos por uma garota pouco inteligente e, definitivamente, sem talento para o que se propôs a fazer. Tava ligada em qualquer coisa do mundo, menos no mundo em que ela precisava estar naquele momento. Até aí, tudo bem. Olhamos o cardápio, eu pedi uma tônica (descobri recentemente que quinino faz bem pro fígado) com gelo, uma rodela de laranja e hortelã macerada no fundo. A Dani nada. Pedimos uma pizza, metade Piola metade Tre Funghi, com complemento de lascas de parmesão na metade Piola. Levando em consideração que a pizza seria cobrada pelo maior valor, concluímos que adicionar R$ 3,50 de queijo na parte mais barata não traria acréscimos, pelo menos, isso nos pareceu bastante lógico naquele momento. A pizza mais barata era R$ 37 enquanto a mais cara R$ 42. Poderíamos ter pedido duas metades de R$ 42! Mesmo assim foram firmes na posição de cobrar adicional. Achei uma pilantragem sem tamanho, um belo ponto pra prestar a atenção por aí.  Me senti passado pra trás pela conveniência adotada por eles.

Notas rápidas:
Comida: boa sem surpreender. O tomate sêco da "metade Piola" era de qualidade duvidosa, mas a mistura de cogumelos não deixou a desejar. Mas, faltou personalidade no sabor.
Decoração: descolada e com certo ar de balada. A simulação de cimento queimado nas paredes vai muito bem com as luminárias estilo "casa da vovó" e o ar pop das cores que quebram a cara de passado do lugar.
Música: 80's de fazer qualquer pé balançar. Do caralho!
Atendimento: descolado, mas com pessoas que confundem o papel de garçon com promoter. Fica invasivo em alguns momentos ou parece descaso em outros. Falta bom senso.

Observações:
1) Falta opções de sucos naturais. Só tinha de laranja e sucos de caixinha. Nada estiloso.
2) Pouca preocupação ambiental. Estava levando o jogo americano pra casa e ele decidiu amassar o mesmo e me dar um novo, sem eu pedir. Ao criticar a atitude dele, o rapaz argumentou o fato das folhas serem feitas de eucalipto. E daí, deixou de derrubar árvore pra fazer o papel?