quarta-feira, 8 de julho de 2009

Dois meses sem carne

Desde que saí de casa, minha alimentação passou por algumas boas mutações. Essa temporada de mudanças já tem mais de 10 anos, desde que deixei o conforto da mesa servida do pai e da mãe. Faz anos que minha alimentação é predominantemente vegetariana, mas não era totalmente livre de carne. Ainda me entregava para os mais diversos pratos com carnes de todo o tipo e mergulhava em frios no café da manhã.

Há alguns bons meses, venho reduzindo meu consumo de carne e, há menos de três meses, eliminei a carne completamente do meu cardápio. Meu paladar foi alterado pela ideologia. Na convivência com manifestações veganas, maestradas pela Vanessa - grande amiga que tem dividido o mesmo teto que eu -, acabei me sensibilizando e entendendo que podemos incorporar um novo consumo, livre de crueldade.

Comecei de maneira bastante modesta, colocando alguns princípios éticos em minhas refeições, rejeitando ingredientes como a vitela e o foie grois. O primeiro é porque acho um tanto radical comer filhotes, independente da espécie, ainda mais quando são confinados e tem sua curta vida destruída por caprichos humanos, e o segundo pelos problemas de fígado que o bicho enfrenta ao ter alimentação forçada da forma mais radical possível, com canos enfiados forçadamente no esôfago. Depois disso, comecei dando minha preferência para carnes que tivessem procedência, no sentido de garantir o bem-estar animal, no entanto, não existem normas que garantam isso, pelo menos, não que eu conheça.

Em quase três meses de alimentação vegetariana, senti resultados ótimos no corpo e pude comprovar na pele que só passa fome quem não coloca a cabeça pra funcionar. Minha vida se encheu de novas receitas e experimentos que estão garantindo uma fase feliz, leve e criativa. Se vou continuar com essa política, um pouco extrema na visão dos meus pais, eu não sei, mas estou feliz com a decisão que tomei.

Se quiser entender um pouquinho mais no que implica aquele bifinho ou o peitinho de frango que diariamente você põe no prato, assista A Carne é Fraca. Um documentário mal produzido, mas que te faz acordar para assuntos que jamais entraram em pauta na vida dos carnívoros. Assista e reflita. No mínimo, você vai reforçar sua convicção ou destruir as velhas estruturas que darão espaço à uma nova postura.