Peguei uma revista, um caderno, uma bic velha e escolhi a melhor mesa do Empório Ravioli. Tudo para tentar agilizar o trabalho com alguma dignidade, já que se tratava de um final de semana em que a economia seguia com as garras cravadas na minha jugular. Depois de divagar em cima do cardápio com um dos bons e velhos garçons de lá, optei pelo Agnello Toscana, um cordeiro marinado no vinho branco, alecrim e especiarias, assado e servido com fettuccine no próprio molho do cordeiro e cebolas assadas. Quase pedi um punhado de milhos pra me ajoelhar enquanto comia, de tão bom. Super saboroso sem ser agressivo e pesado. A surpresa foi tão boa que pedi uma taça de vinho Santa Julia, um belo de um Malbec que, mesmo novo (2006), não deixou nada a desejar.
Não estou falando de um prato barato nem de uma refeição que se faz todo dia. Gastei R$ 93,00 no almoço, com suco de laranja, água, vinho e café, e valeu cada centavo. O ambiente é pra lá de agradável, os pratos super bem preparados e uma equipe que te atende bem e não enche o saco. Senhores que encaram ser garçom como uma profissão escolhida a dedo e isso é de se aplaudir em dias onde tem muitas empresas que decidem não investir no capital humano e gente que encara essa profissão como um bico até encontrar outra oportunidade.
Resumindo, o lugar é aconchegante, a comida é bem preparada e o pessoal manda muito bem nos serviços. Experimentem, pois vale a pena.
O Empório Ravioli fica na Fidêncio Ramos esquina com a Ramos Batista, na Vila Olímpia, e é coordenado pelo chef Roberto Ravioli. Vai, vai, vai.
3 comentários:
Quinta, no feriado, decidi me dar um bom almoço de presente e acabei voltando no Empório Ravioli. Um livro na mão (Cartas na Rua, Bukowski) e vontade de ter um super almoço comigo mesmo. Entre as gargalhadas dos contos e um cálice de vinho, chegou o primeiro prato que pedi: um ravioli gigante recheado de ricota de búfala, espinafre, gema de ovos e manteiga tartufada. Um acontecimento de sabor numa porção ideal pra quem quer provar um prato sem sair pesado depois. O prato se chama "Sorpresa", pois quando corta o ravioli, as gemas estouram dentro e compõem um belo molho com o creme tartufado que é servido. Parece nojento esse papo das gemas, mas é genial, isso sim.
Decidi ter um almoço temático e pedi um "Assagio de polenta a la crema tartufata". Inacreditável. Saboroso e na medida pra que aquela explosão de sabor se tornasse inesquecível sem te saturar pela intensidade dos temperos.
Pra terminar, um tiramissu dos bons e um café espresso pra dar o toque no final.
Passei o dia feliz, lembando do sabor maravilhoso dos pratos que experimentei lá.
Não deixe de passar lá e se dar um presente gastronômico.
muito bom... Parece que estou te ouvindo enquanto leio! Adorei. Não vejo a hora de que compartilhemos uma experiência gastronômica digna de que se transforme em post! Beijos.
Ah, uma informação importante. Ontem, fui jantar com minha amiga acima (Mrs. Cáceres) e descobri que essa receita da gema é de 1464, do Chef Franco Colombani, de Milão. Deve ser por isso a sensação primitiva de se sentir um lagarto atacando um ninho. Um lado animal revelado, mas de maneira sofisticada.
(Tá bom, eu sou apoteótico).
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